Rizicultores do baixo São Francisco, principal região produtora de arroz do estado, já iniciaram o plantio deste ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa para safra de arroz em Sergipe em 2024 é de 41.918 toneladas, 7,9% maior que a registrada em 2023, que foi de 38.845 toneladas, o que coloca o estado como 3º maior produtor de arroz do Nordeste. Esse aumento será resultado, entre outras ações, do Programa Sementes do Futuro, do Governo do Estado, que distribuiu 175 toneladas de sementes certificadas para 1.357 agricultores familiares dos perímetros irrigados da região.
A distribuição, realizada em julho pela Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) e pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), beneficiou com sementes de arroz produtores de Ilha das Flores, Propriá, Pacatuba, Neópolis, Cedro de São João e Telha. Destes, 753 agricultores são do Perímetro Betume (Ilha das Flores, Neópolis e Pacatuba); 292 do Perímetro Cotinguiba/Pindoba (Neópolis e Propriá); e 312 do Perímetro Propriá (Propriá, Telha e Cedro de São João), a partir de um investimento de R$ 2.280,000,00 do Governo do Estado. Os perímetros irrigados da região são mantidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
O chefe local do Escritório da Emdagro em Neópolis, o engenheiro agrônomo Alison Ferreira, explica que a Emdagro e Seagri realizam a distribuição das sementes certificadas para que o pequeno produtor possa competir no mercado local. “Eles estão plantando a mesma semente que o maior produtor daqui da região planta. Nós temos o cuidado de selecionar a semente que mais se adequa ao clima para a melhor produção, e fazemos uma pesquisa com os agricultores sobre qual as sementes que eles querem ou sugerem, depois fazemos, por meio de licitação, a compra. Nós temos esse cuidado, para que eles estejam competindo de igual para igual”, enfatiza.
José Soares dos Santos, 74 anos, conhecido como Zé do Sertão, produz arroz na região há 20 anos e afirma que o incentivo do Governo do Estado reflete na qualidade do arroz colhido no baixo São Francisco. “É bom demais, porque pego a semente, jogo numa área separada; colho na época que está madura e, assim, sempre trabalho com semente de boa qualidade, a partir dessa semente que recebo do Governo”, comenta.
Produtividade
O assessor administrativo da Cooperativa Agropecuária de Ilha das Flores, Wendel dos Reis, destaca que as sementes entregues pelo Estado têm um papel importante para o produtor. “É um fomento para produção do arroz na região e é uma semente de alta qualidade. Então isso permite que o produtor que, antes guardava o que produzia para plantar, tenha uma melhor qualidade no plantio, repercutindo diretamente na produtividade.
O maior perímetro irrigado da região, Betume, tem 773 lotes e uma produtividade de 9.000 quilos por hectare, acima do rendimento médio nacional, divulgado pelo IBGE, que varia de 6.587 a 7.600 quilos por hectare. “A maior produtividade, hoje, se encontra aqui em Ilha das Flores, no projeto Betume, devido ao clima favorável, irrigação e a qualidade das sementes. As sementes que o governo distribui são certificadas, livre de fungos, bactérias e doenças”, pontua Alison Ferreira.
O produtor Marcos Moura Monteiro, do povoado Serrão, em Ilha das Flores, 54, aponta a qualidade da semente distribuída pelo governo como fundamental para a garantia da renda com a produção. “É um incentivo muito bom para gente. As sementes certificadas melhoram muito a nossa produção, aumenta muito. Sustento minha família com essa plantação, somos cinco lá em casa, eu a esposa e três filhos, e esse apoio do governo melhora nossa renda, porque a gente já não compra a semente e ainda produz mais. Este ano devo colher em torno de 30 mil quilos, uns 500 sacos de arroz”, relata o agricultor.
Com o plantio, neste ano iniciado em agosto, a expectativa é que a colheita seja realizada entre os meses de novembro e março. “A colheita do arroz se dá entre 90 e 105 dias. Já o plantio aqui vai até meados de setembro”, detalha o engenheiro agrônomo da Emdagro.
Economia
De acordo com Wendel dos Reis, o arroz produzido em Sergipe é destinado aos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Ceará. Mas, nos últimos anos, tem ganhado espaço no mercado sergipano também. “A rizicultura é a base da economia ilha-florense, por exemplo. Então as contribuições, os programas de fomento desenvolvidos e promovidos pelo Governo do Estado são muito importantes, porque fazem com que o agricultor produza mais e, produzindo mais, ele consegue ofertar um produto de melhor qualidade, consequentemente, repercute no seu rendimento, na renda familiar, impactando positivamente na economia da região”.
Fonte: Governo de Sergipe
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