
O tubarão megaboca (Megachasma pelagios) que encalhou morto na praia da Barra dos Coqueiros, em Sergipe, no último dia 4 de julho, está sendo estudado por uma equipe de especialistas após ser identificado como um dos maiores exemplares da espécie já registrados no oceano Atlântico. Com 4,63 metros de comprimento, o animal pertence a uma das espécies mais raras do mundo, com apenas 274 indivíduos documentados até hoje.
A análise está sendo conduzida por pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), do Projeto Tamar e do Projeto Meros do Brasil. O professor Cláudio Sampaio, conhecido como Cláudio Buia, docente da Ufal e referência em estudos sobre biodiversidade aquática, foi convidado a integrar o grupo responsável pelo exame do tubarão, que foi transportado para o Museu da Fundação Projeto Tamar, o Oceanário de Aracaju.
“Essa é uma oportunidade única e preciosa para conhecer mais sobre uma espécie rara e contribuir com informações inéditas para a ciência”, afirma Buia. Segundo ele, este é apenas o quarto registro do tubarão megaboca no Brasil e o primeiro no estado de Sergipe.
Durante a análise, os pesquisadores coletaram amostras biológicas, como vértebras — que serão utilizadas para estimar a idade e o crescimento do animal — e parasitas internos. Também foram feitas fotografias e medidas do corpo. O exemplar, um macho, estava em bom estado de conservação, sem marcas de predadores ou redes de pesca. As causas do encalhe, no entanto, não puderam ser determinadas.
Conhecido por sua enorme boca, o tubarão megaboca é um animal oceânico e inofensivo aos humanos, alimentando-se de pequenos invertebrados e peixes em águas profundas. “O nome Megachasma pelagios vem do grego e faz referência à sua grande abertura bucal e ao hábito de viver em mar aberto”, explica o professor da Ufal.
A raridade do tubarão e seu tamanho impressionante fazem dele um exemplar de grande valor científico. Não há nenhum animal dessa espécie em exposição pública na América Latina, mas o Oceanário de Aracaju planeja reverter esse cenário. A intenção dos pesquisadores é preservar o corpo do animal para exposição futura, sensibilizando o público sobre a importância da conservação dos oceanos.
Com informações da Ascom da Ufal
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