
A Rússia informou neste domingo (8) que suas forças avançaram até a fronteira da região centro-leste ucraniana de Dnipropetrovsk, em meio a uma disputa pública entre Moscou e Kiev sobre negociações de paz e o retorno de milhares de corpos de soldados mortos na guerra.
Apesar das conversas sobre paz, o conflito está se intensificando, com as forças russas conquistando mais território na Ucrânia. Enquanto isso, Kiev promove ataques de drones e de sabotagem de alto perfil contra a frota russa de bombardeiros com capacidade nuclear e, segundo Moscou, contra ferrovias.
Em menos de um mês, a Rússia — que controla pouco menos de um quinto do território ucraniano — tomou mais de 190 quilômetros quadrados da região de Sumy, na região nordeste do país adversário.
Agora, segundo o Ministério da Defesa russo, unidades da 90ª Divisão de Tanques do Agrupamento Central das forças russas alcançaram a fronteira ocidental da região de Donetsk, na Ucrânia, e estão atacando a adjacente região de Dnipropetrovsk.
“O inimigo não abandona suas intenções de entrar na região de Dnipropetrovsk”, disseram as Forças de Defesa do Sul da Ucrânia no Telegram. “Nossos soldados estão segurando com coragem e profissionalismo seu trecho da linha de frente, frustrando os planos do ocupante. Esse trabalho não para nem por um minuto.”
Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, afirmou que a ofensiva em Dnipropetrovsk mostra que, se a Ucrânia não quiser aceitar a realidade dos ganhos territoriais da Rússia nas negociações de paz, as forças de Moscou avançarão ainda mais.
O mapa pró-ucraniano Deep State mostra as forças russas muito próximas da região de Dnipropetrovsk, que tinha uma população de mais de 3 milhões de pessoas antes da guerra, e avançando sobre a cidade de Kostyantynivka, na região de Donetsk, a partir de várias direções.
Um porta-voz militar ucraniano, Dmytro Zaporozhets, disse que as forças russas estavam tentando “criar uma cabeça de ponte para um ataque” a Kostyantynivka, um importante centro logístico para o exército ucraniano.
Troca de acusações
No sábado, a Rússia acusou a Ucrânia de atrasar a troca de prisioneiros de guerra e o retorno dos corpos de 12 mil soldados mortos. A Ucrânia negou essas acusações.
No domingo, a Rússia disse que estava transportando corpos para a fronteira, e a televisão mostrou caminhões refrigerados com os corpos de soldados ucranianos na estrada na região de Bryansk. Autoridades russas afirmaram que a Ucrânia estava fazendo política com os mortos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, prometeu prosseguir com as trocas de prisioneiros.
“O lado russo está, portanto, como sempre, até mesmo nessas questões, tentando jogar algum tipo de jogo político e de informação sujo”, disse ele em seu discurso noturno em vídeo.
“Acreditamos que as trocas continuarão e faremos tudo para que isso ocorra. Se os russos não respeitam acordos nem mesmo em questões humanitárias, isso lança grandes dúvidas sobre todos os esforços internacionais – incluindo os dos Estados Unidos em termos de conversas e diplomacia.”
Zelenskiy disse que revisou relatórios de comandantes sobre áreas atingidas por combates pesados, incluindo a região de Pokrovsk, alvo de Moscou há meses. Ele afirmou que a situação era “longe de ser fácil, mas tudo depende da resiliência de nossas unidades.”
O presidente dos EUA, Donald Trump, que diz querer encerrar o conflito mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, comparou-o na quinta-feira a uma briga entre crianças e indicou que talvez tivesse apenas que deixar o conflito se resolver por si só.
Fonte:CNN Brasil
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