O uso de agrotóxicos no Brasil é tema de crescente preocupação. Um levantamento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) revelou que o país aplicou 719,5 mil toneladas desses produtos em 2021, quantidade expressivamente superior às 244.457 mil toneladas aplicadas pela China e Estados Unidos, respectivamente. Diante desse cenário, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) tem intensificado suas ações para regulamentar e monitorar o uso de defensivos agrícolas no estado de Sergipe, buscando proteger a saúde pública e o meio ambiente.
Entre as ações da Emdagro estão as visitas a propriedades e estabelecimentos comerciais, além da coleta de amostras para análises de resíduos em produtos cultivados. A coordenadora de Insumos Agropecuários, Aglênia Araújo, destacou que o monitoramento rigoroso do uso de agrotóxicos é essencial. “A fiscalização não é apenas um ato punitivo, mas uma ferramenta educativa para os agricultores. Queremos que eles entendam o uso responsável desses produtos como algo fundamental para garantir alimentos seguros e preservar o meio ambiente”, pontuou.
Para realizar o controle do uso de agrotóxicos, a Emdagro utiliza o SIAGRO, um sistema integrado de gestão que monitora a aquisição e o uso de agrotóxicos no estado. Segundo a diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade, o sistema é um passo importante para a rastreabilidade e a transparência: “O SIAGRO nos permite acompanhar as práticas de uso de agrotóxicos em tempo real, identificando possíveis irregularidades e assegurando que o produtor cumpra as normas”, destacou.
Além disso, a Emdagro realiza fiscalizações regulares em propriedades rurais e em pontos de venda. Em 2023 foram realizadas 205 inspeções, resultando na apreensão de 560 litros de agrotóxicos falsificados e na identificação de dois mil litros de herbicida falsificado que foram introduzidos ilegalmente no estado.
Impactos do uso de agrotóxicos
O uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil levanta questões de saúde pública, com registros de intoxicação direta de trabalhadores, e indireta por meio de alimentos contaminados. Além dos riscos à saúde humana, há também consequências ecológicas significativas. Moléculas agro químicas liberadas no ambiente podem comprometer ecossistemas inteiros, afetando a biodiversidade e sustentabilidade dos sistemas naturais.
De acordo com a FAO, o Brasil continua a utilizar produtos de alto potencial tóxico, mesmo com avanços em pesquisa para o desenvolvimento de alternativas mais seguras e sustentáveis. No entanto, práticas alternativas ao uso de agrotóxicos, como o emprego de bioinseticidas e técnicas agroecológicas, têm ganhado espaço. Aglênia Araújo lembrou que a Emdagro oferece orientações sobre métodos de controle natural para reduzir a dependência de produtos químicos: “Estamos promovendo a conscientização sobre métodos menos poluidores, o que é essencial para um futuro mais sustentável”.
Avanços e desafios no controle
Apesar dos esforços de monitoramento e fiscalização, os desafios são imensos, especialmente diante do grande número de produtos licenciados e de indústrias que vendem diretamente aos produtores.
Em Sergipe, 1.456 marcas de agrotóxicos estão registradas para comercialização, além das 79 lojas licenciadas no estado. Essa realidade exige uma atuação constante da Emdagro e uma rigorosa atualização de normas e procedimentos para conter possíveis abusos, promovendo um uso mais consciente e seguro de agrotóxicos na agricultura estadual.
Fonte: Governo de Sergipe
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