Sergipe tem o maior percentual de pessoas com deficiência do país, aponta IBGE

Em Sergipe, 279 mil pessoas com dois anos ou mais de idade possuem algum tipo de deficiência, o que representa 12,1% da população sergipana. Esse percentual também é o maior do país, com uma média de 8,9%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Falta de instrução e emprego formal estão entre os desafios enfrentados por essa parcela da população.

Segundo o levantamento, entre as capitais, Aracaju registrou 70 mil pessoas com deficiência, o que representa 10,4% da população. O número é o segundo maior percentual entre as capitais brasileiras, ficando atrás somente do Recife, com 11,1%.

Educação
O IBGE apontou que mais de 25% das pessoas com deficiência não possuem instrução. A pesquisa também investigou o percentual de pessoas de 25 anos ou mais de idade, com deficiência, por nível de instrução.

O relatório registrou 25,7% sem instrução, 12,1% com ensino fundamental completo ou médio incompleto, somente 8,7% com ensino médio completo e 6,1% com superior completo. O que representa que aproximadamente 40% das pessoas com deficiência, mesmo com 25 anos ou mais, estão nos níveis básicos do ensino ou nem possuem instrução.

O percentual de 25,7% de pessoas com deficiência sem instrução em Sergipe foi apontado como o maior do país, seguido pelo Distrito Federal (25,1%) e Tocantins, com 25,1%. Em Aracaju, o percentual é de 22,8%, com 6% com ensino superior completo. Esse foi o segundo maior percentual entre as capitais do país, ficando atrás somente de Salvador, com 8,2%.

A nível estadual, o percentual de 6,1% das pessoas com deficiência que possuem o nível superior completo em Sergipe foi o segundo maior do país, ficando atrás da Bahia, com 6,7%.

Já taxa de analfabetismo, foi de 11,8%, sendo de 30,3% entre pessoas com deficiência e 8,8% entre pessoas sem deficiência. Isso representa uma taxa quase 4 vezes maior na comparação com as pessoas sem deficiência. Ou seja, 1 a cada 3 pessoas com deficiência não é alfabetizada.

Esse percentual sobe para 40,3% quando se trata de pessoas com 60 anos ou mais, e também é elevado entre jovens com 15 anos ou mais (30,3%). Em relação às pessoas com deficiência, as maiores taxas de analfabetismo estão em Alagoas (38,4%), Piauí (37,3%) e Paraíba (32,6%), sendo que Sergipe ocupa a 6ª posição. Entre as 10 unidades da federação com os maiores percentuais, os 9 primeiros estados são nordestinos.

Empregabilidade
Um outro dado apontado pelo IBGE diz que somente uma a cada quatro pessoas com deficiência tem uma ocupação no estado. O índice no 3º trimestre de 2022 foi de 24,5% em Sergipe, o que é inferior à média nacional (26,6%). Na comparação com as pessoas sem deficiência, o percentual da ocupação chega a 55%, ou seja, mais que o dobro.

Levando em conta a força de trabalho de pessoas com 14 anos ou mais, em Sergipe tem um total de 1.867 milhão de pessoas, sendo que do total de 258 mil pessoas com deficiência, que estão, metodologicamente, na idade de trabalhar, somente 29,3% estão na força de trabalho.

O maior percentual de ocupação de pessoas com deficiência está no Mato Grosso do Sul, com 37,6% e o menor, em Alagoas, com 21,5%.

Segundo o coordenador da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios em Sergipe, João Teles, o relatório aponta ainda que a taxa de informalidade entre pessoas com deficiência ultrapassa 60% .

“A renda é outro fator claro de exclusão social de poluções s com deficiência. É natural que se observarmos dificuldades de acesso à educação e ao mercado de trabalho, o trabalho informal é o grande acesso”, explicou.

A taxa é maior entre os homens (63,6%) do que entre as mulheres (57,5%). Em âmbito nacional, a taxa de Sergipe é a décima maior do país e a 8° entre os estados nordestinos. Inclusive, os nove estados nordestinos estão entre os 10 primeiros com as maiores taxas de informalidade. A maior taxa do país está no Pará, com 75,8%.

Por:G1/SE

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